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"Canção Infantil": uma música, muitas reflexões….

  • Writer: Pedagogia Facesg
    Pedagogia Facesg
  • Jul 19, 2019
  • 5 min read

Na nossa última aula de História da Educação, a turma assistiu ao videoclipe da música "Canção Infantil", de MC Cesar, sugerido por Searon Cabral, estudante do primeiro período.

A proposta da atividade foi provocar a reflexão e o debate sobre o que estudamos: a História da Educação no Brasil, suas perspectivas e desafios para a superação das desigualdades sociais.


Você pode conhecer a música "Canção infantil" clicando aqui.


Depois de algumas anotações e um bom debate, os alunos registraram suas reflexões. Destacamos aqui os registros de dois alunos: Ângelo Alves, do primeiro período e Greiciane Gomes, do segundo:



Educação, autonomia e pensamento crítico para transformar a sociedade

Por Ângelo Alves


A música fala da vida cotidiana, em diversos aspectos, pois fala de Educação, segurança, violência entre outros assuntos da sociedade civil na contemporaneidade.

A parte que fala:

"Era uma casa não muito engraçada

Por falta de afeto, não tinha nada

Até tinha teto, piscina, arquiteto

Só não deu pra comprar aquilo que faltava

Bem estruturada, às vezes lotada

Mas mesmo lotada, uma solidão

Dizia o poeta, o que é feito de ego

Na rua dos tolos gera frustração"

Ele fala da vida de algumas famílias que, mesmo tendo uma condição financeira luxuosa, ainda sim, convivem com a falta de afeto, pois possuem estrutura, mas não têm coisas que o dinheiro não pode comprar, valores que ele cita em outro trecho da música:

"havia outra casa, canto da quebrada

Sem rua asfaltada, fora do padrão

Eternit furada, pequena, apertada

Mas se for colar tem água pro feijão

Se o Mengão jogar, pode até parcelar

Vai ter carne, cerveja, refri e carvão

As moeda contada, a luz sempre cortada

Mas fé não faltava, tinham gratidão";

Nesse trecho, ele fala de uma vida típica de um cidadão comum, morador de periferia ou de outras áreas mais carentes, que não possui uma vida luxuosa, porém, vive na coletividade, há empatia e alegria, mesmo tendo que conviver com a realidade do submundo.

Nós vamos identificar muitas coisas que estão diretamente ligadas à nossa sociedade contemporânea na música. O MC fala de casos de violência recentes no estado do Rio de Janeiro. Um deles é o caso do músico, que teve o carro fuzilado, no bairro de Guadalupe, zona norte do Rio. O músico estava no carro com a família, indo em direção à uma festa, quando militares do exército, despreparados, efetuaram oitenta disparos de fuzil contra o carro do músico. Os membros da família do músico não sofreram ferimentos físicos, porém, perderam o provedor do lar de maneira trágica - esse foi só mais um, dos inúmeros casos de impunidade já registrados.

A música também fala das elites privilegiadas: a frase " Sapatos de cristal pisam em pés descalços", fala muito da nossa cultura que, infelizmente, é baseada na naturalização do "pobre trabalhando pra ser pobre e do rico, trabalhando para permanecer no poder", reduzindo, assim a probabilidade do pobre de alcançar melhores "posições sociais".

Contudo, temos que focar no ponto principal da mensagem: que é a possibilidade de construir um futuro melhor através da educação. Não podemos ser "pinóquios plantando mentiras e colocando a culpa no Gepeto", como diz a música. Temos que ser válvulas de incentivo, pessoas que buscam revolução, que não se deixam abater com as adversidades; podemos reconstruir nosso país, através da educação. Mas, não podemos reduzir a educação a um simples plano escolar; temos que inseri-la em um contexto mais amplo, isto é, falar dos assuntos parlamentares, inspirar o senso crítico, mostrar os prós e contras da sociedade civil, falar de conceito político-ideológico, despertar nas crianças um desejo de criar, de forma saudável, estimular a autonomia, para que elas desenvolvam suas próprias ideias, juntamente com o trabalho em equipe.


Educação e cidadania: que futuro nós queremos?

Por Greiciane Gomes


A vida é mesmo uma canção infantil, pois temos uma quantidade de sonhos ainda não realizados em nosso país, principalmente o de ter educação de qualidade, formar indivíduos com sabedoria em criar seus próprios pensamentos, formar cidadãos humanitários para combater a desigualdade existente e trazer a verdadeira cidadania.

Desde o princípio da nossa nação, se tivéssemos caminhado juntos e não fizéssemos a repartição de terras de forma tão desigual, talvez este caminho não teria sido traçado e a ambição e a falta de amor não seriam tão evidentes.

Mas ao ouvir a letra dessa música me pergunto: que futuro queremos criar?

Devido a falta de investimento na educação, teremos somente fantoches em uma nação que desconhece sua raiz e seus direitos e não tem sequer a força para lutar contra o sistema, mas que deixa que os governantes mandem tanto em nós, se nós é que pagamos, com nosso suor de trabalho, o salário deles.

A falta de investimento na educação é a causa de toda a desgraça de nosso país. Por isso seria necessário que investíssemos de “verdade”, sem dar a desculpa da falta de verbas. Isso porque sem a educação temos a corrupção, a violência e falta de uma assistência digna à saúde.

Este trecho da música me chamou muito a atenção:

“Diretamente do fundo do caos procuro meu cais no mundo de cães, humanos são maus, no fundo a maldade resulta de escolha que temos nas mãos, Uma canção infantil á vera. Mas lamento velho, aqui a bela não fica com a fera, também pudera, é cada um no seu espaço, sapatos de cristal pisam em pés descalços”.

Sonhamos em ter uma sociedade justa, mas o que prevalece é o rico pisando no pobre, e o pobre cada vez mais desorientado para lutar por seus direitos e alcançar seus objetivos. E quando ele diz que a vida é uma canção de infância, é porque alguns de nós ainda acreditamos no futuro da nação com igualdade, sem diferença de raça, cor, etnia. E acreditamos em uma sociedade capaz de vencer seus desafios e seus medos, em que todos fossem pra rua lutar pelos direitos, para assim, poder garantir o futuro de nossos filhos. E, só assim, essa canção deixaria de ser história e viraria uma realidade.

Portanto, o futuro está na educação. É com ela que aprendemos a somar, a escrever, a desenvolver idéias, pensamento crítico sobre cada situação vivenciada para lutar até mesmo contra a corrupção que aflige nossos direitos morais e sociais, causando o roubo e a violência, causando a fome, causando uma vida ruim em sociedade. Vivemos em um caos, queremos “EDUCAÇÃO”!


Como vimos, a música "Canção Infantil" aborda muitas questões relacionadas com o nosso curso. Para (re)pensarmos a Educação no Brasil precisamos conhecer sua história e as diversas implicações sociais, políticas, econômicas e culturais que são determinantes da realidade presente. Esse conhecimento é a chave para elaborarmos ações que possam, efetivamente, transformar a Educação em um meio de emancipação, servindo de instrumento para a liberdade, a felicidade e o desenvolvimento humano.

 
 
 

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